PROJETOS PRÓPRIOS
O Grupo Barra de Renda vem, desde a sua criação, em 2014, planejando e executando projetos para aperfeiçoar sua atuação e para difundir esta arte popular entre os capixabas e também alçando voos maiores para outras fronteiras.
Alguns dos projetos que executamos e participamos:
• Oficinas
• Roda de Rendeiras
• Núcleo de Produção
• Tradição e Religiosidade em Renda de Bilro
• Joias da Barra 2023
• Mulheres Mil – 2023
• Pluralidade de Artesãos – Barra de Renda – 2024
• OFICINAS
As oficinas de formação de rendeiras de bilro foi o primeiro projeto no trabalho de resgate da renda de bilro na Barra do Jucu.
Elas visam o ensino da confecção da renda manual desde os primeiros passos até confecção de rendas mais elaboradas.
Nossas primeiras instrutoras, que nos repassaram através da prática e da oralidade os ensinamentos desse oficio foram as mestras Rosa Leão Malta, a Dona Rosinha, e Enedina França de Paiva, a Dona Enedina, ambas já falecidas.
As duas formaram as instrutoras que atuam no projeto atualmente, Mariza Vieira Gervasio e Rosiane Maria Biet.
Formaram também várias outras rendeiras como Giza Guimarães Ruschi, a rendeira mais idosa do grupo, com 94 anos que fez boa parte das primeiras almofadas do grupo, ainda borda todos os dias para o projeto e faz o pouquinho de renda que a memória ainda permite. Formaram ainda Tia Julia, Regina, Rutinha, Selene, Anita, Ita, D. Jandira, Marina, Débora, Fátima, Eunice, Gloria e tantas outras que herdaram os seus legados.
Destaque especial teve ainda Pâmela Biet, uma menina que ingressou nas aulas de renda aos nove anos de idade, e se tornou uma revelação por sua capacidade de aprendizado e pela qualidade da renda que produz. Hoje, aos 18 anos, é uma grande colaboradora do Barra de Renda.
As oficinas são ministradas, atualmente, na sede do projeto, de terça a sábado e contam com cerca de 60 integrantes.
Mas também são levadas para escolas, praças, eventos oficiais das rendeiras, ou em eventos para os quais o Barra de Renda é convidado.

O começo com Dona Rosinha e Dona Enedina ensinando os primeiros passos da renda para Mariza Gervásio, hoje nossa instrutora, Selene e Débora Altoé.

A vontade de aprender era muito, o desafio maior ainda.

Rosiane Biet, atualmente é uma das nossas instrutoras, mas aqui estava dando seus primeiros passos da arte da renda de Bilro.

Pamela Baiet, com sua mãe Rosiane, quando começou o projeto tinha apenas nove anos de idade. Acabou se revelando um talento nesta arte e hoje contribui não apenas produzindo renda com excelente qualidade, mas também em diversas outras trarefas do projeto Barra de Renda.

Pamela com a mestra Dona Rosinha, duas gerações comprometidas com a arte popular.


Oficinas no ateliê do projeto

Oficina ministrada na escola Tuffy Nader em 2024.

Alunos conhecendo os produtos e a aplicação da renda.

• RODA DE RENDEIRAS
A Roda de Rendeiras é uma das manifestações mais atrativas do Projeto Barra de Renda. É formada por rendeiras mais experientes e também por novas rendeiras.
É montada em eventos e praças e busca mostrar o trabalho de nossas rendeiras, a diversidade das rendas que produzimos com seus diferentes trançados, e os objetos que utilizamos produção como as almofadas, os bilros, cavaletes, piques, linhas e alfinetes.
Nas rodas sempre disponibilizamos almofadas preparadas para quem quiser se aventurar neste ofício.
E são nestas rodas que, também, entramos em contato com pessoas que tem histórias com a renda – alguém na família, a mãe ou a avó, que já fez renda.
Além de entrarmos em contato com pessoas interessadas no aprendizado da renda.




• NÚCLEO DE PRODUÇÃO
Este núcleo reúne rendeiras mais experientes do Barra de Renda com o objetivo de planejar a produção de rendas e execução de projetos e produtos comercializados por nós.
É aqui que surgem as ideias para novas rendas, são elaborados produtos onde aplicamos as rendas, é feita a precificação das peças, entre outras tarefas.
A busca é sempre por qualidade e diversidade, valorizando a renda produzida no grupo.
E também oferecer ao consumidor muito mais do que apenas um produto artesanal, mas uma história que faz parte da cultura popular capixaba e que busca sustentabilidade social, ambiental e humana.




• MOSTRA, TRADIÇÃO E RELIGIOSIDADE EM RENDA DE BILRO
A Mostra Cultural Tradição e Religiosidade em Renda de Bilro foi um trabalho com peças e indumentárias voltadas para cerimônias religiosas como Batismo, Primeira Comunhão, Casamentos, missas, cultos, mesas de celebrações, adorno de oferendas e outros momentos sagrados independentemente de quais religiões.
Tal projeto foi idealizado pelo Barra de Renda por se ter historicamente rendas presentes em praticamente todas as cerimônias religiosas ao redor do mundo.
A Mostra foi montada na Igreja Nossa Senhora da Gloria, a igrejinha centenária localizada no Centro da Barra do Jucu, em 2021. Trata-se de um local histórico ao redor da qual a Vila começou, utilizado pelas rendeiras desde os tempos mais remotos para fazer rendas. Ao longo dos anos, as rendeiras de bilros da Barra do Jucu confeccionaram também muitas peças para ornamentação dessa igreja e para o uso de seus frequentadores.
Devido à pandemia do Corona Vírus, que não permitia a reunião de muitas pessoas, a Mostra não foi aberta ao público, mas gravada em vídeo e disponibilizada nas redes sociais do Barra de Renda para quem quiser conhecer o trabalho.
O trabalho de criação das peças foi assinado pela designer e consultora Jacqueline Chiabay. A coordenação foi de Regina Maria Ruschi e as instrutoria para confecção das rendas foi de Mariza Gervasio e Rosiane Biet.
Foi aprovado no edital Edital Artes Integradas do Fundo Estadual de Cultura (Funcultura), da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-ES), e conta com recursos da Lei Aldir Blanc.
Peças da Mostra:
Madrião – Vestimenta do Batismo;
Alfaias Litúrgicas – Paramentos usados no momento do ofertório das celebrações;
Mantilha – ou véu, foram usadas pelas mulheres deste os primeiros séculos, quase 2 mil anos, nas celebrações religiosas.
Véu da noiva – Nos últimos séculos o véu da noiva esteve intimamente ligado às tradições religiosas. Seu uso já registrado no Antigo Testamento bíblico.
Toalhas de Batismo – A maior utilidade da toalha de batismo é secar a cabeça da criança ns pis batismal durante a celebração. Também serve como opção para presentear vovós e padrinhos.
Vela do Batizado – É segurada pelos padrinhos durante o batizado e entregue posteriormente à criança, dizendo: “Receba a luz de Cristo”. Essa vela grande representa o Círio Pascal, Cristo a Luz do Mundo.
Vela da Primeira Comunhão – Expressão de vida e fé daqueles que rezam e presença de Deus entre nós. A Vela traz também o sentido de velar, também significa vigiar, tomar cuidado.
Velas do altar – A cera simboliza o Pai, o barbante o Filho, e o fogo o Espírito Santo. A vela sozinha acesa significa Cristo Nosso Senhor.
O Terço – O instrumento de reza representa a terça parte do Rosário, conjunto de orações proposto pelo Frade Alan de Rupe em 1470. Sua origem remete à recitação dos 150 Salmos Bíblicos.
Almofadas de Misericórdia – Também chamadas de Genuflexório, ou ainda propiciatório. Propicia o conforto de pessoas que se mantem por longos períodos em oração.







• JÓIAS DA BARRA
Uma tradição da cultura popular praticamente perdida que renasceu e conquista, cada vez mais, espaço na comunidade e no mercado de moda e do artesanato, e agora serve de Inspiração para a criação de joias. É o que vem acontecendo na Barra do Jucu, em Vila Velha, com a Renda de Bilro.
O que antes era uma pratica manual que ajudava no sustento das famílias do litoral capixaba, com o avanço da indústria têxtil o ofício de rendeira praticamente desapareceu. Mas na Barra do Jucu, a ação está sendo resgatada e ganha cada vez mais espaço e adesão da comunidade capixaba.
E para que a prática avance cada vez mais, ganhando mercado e garantindo sustentabilidade para a comunidade local, as rendas manuais também inspiram a criação de joias;
É o que idealizou e realizou o grupo Barra de Renda, numa parceria com o Projeto de Extensão Lab Design de Joias do Curso de Gemologia da Universidade Federal do Espirito Santo, do Sebrae-ES e apoio da Petrobras, da PetrotecES e da comunidade local.
Em maio de 2023 estes parceiros realizaram uma oficina de criação Joias da Barra que,por três dias, para estudou como as rendas de Bilro e toda a iconografia local podem inspirar a criação de joias. O evento aconteceu na Escola Tuffy Nader entre os dias 26 e 29 de maio.
O evento contou com a participação de designers renomados como Denise Maestrello Carvalho, paulista, professora universitária e que assina a criação de peças exclusivas no setor de joalheria. Paulo Cezar Pinheiro Guedes, designer de projeto de embalagem e visual de merchandising, além de Paulo Araújo Pajoh, designer Alagoano que veio discutir estratégias de comunicação para projetos sociais e comunitários.
A ideia inicial foi de aliar o conhecimento técnico do curso de Gemologia da Ufes com uma arte tradicional e a iconografia local, à experiência de outros profissionais, e gerar um produto novo, exclusivo.
“Esse projeto traz em si toda a ideia da economia criativa, voltada à sustentabilidade social, econômica e cultural do local. A Barra do Jucu valoriza muito a sua identidade e a sua cultura, e na sua arte e seu artesanato busca essa identidade”, afirma Regina Ruschi, coordenadora do projeto.
“Queremos trazer um produto com todos os conceitos de design social como acontece com muitos produtos originários da Amazônia que respeitam a floresta, a biodiversidade e os povos tradicionais. Aqui na Barra do Jucu queremos trazer um produto com todo esse conteúdo e que agregue valor às rendas e à cultura local. E que isso represente um avanço econômico, turístico e cultural para a Barra do Jucu, para Vila Velha e para todo o Espírito Santo”, conclui.




• MULHERES MIL
Em 2022 o projeto Barra de Renda firmou mais uma parceria importantíssima para nossa comunidade. Desta vez, de mãos dadas com o Instituto Federal de Educação – IFES Vitória – executamos juntos o Mulheres Mil, um projeto do Ministério da Educação (MEC) que visa a formação e empoderamento feminino, estimulando o empreendedorismo e a inovação.
foram ofertadas 160 horas/aula de formação às nossas rendeiras, nas áreas de meio ambiente, saúde, inclusão digital, noções de cidadania, matemática e educação financeira, empreendedorismo, leitura e produção de texto, além de formação técnica nas rendas de bilro.
Mais uma ação que estimula as integrantes do Projeto Barra de Renda, fortalece o trabalho de resgate do ofício de rendeira e, dia-a-dia, nos inspira a criar novos produtos e alçar novos voos.
E assim seguimos, concretizando o sonho de tornar a Barra do Jucu referência na cultura da Renda de Bilro para todo o Espírito Santo e avançar para outras fronteiras.




• PLURALIDADE DE ARTESÃOS – BARRA DE RENDA
Muito além de mais um produto artesanal a renda de bilro tem se tornado um ícone, e fonte de inspiração para muitas outras criações no mundo da moda, da joalheria, da música e de e outras formas de arte.
A renda de Bilro inspirou o músico Jura Fernandes a compor o “Congo das Rendeiras”, o Laboratório do Curso de Gemologia da Ufes já criou joias que imitam o trançado e cruzamento de linhas, e no mundo da moda, elas levam estilistas a experiências inovadoras.
O Projeto “Pluralidade de Artesãos – Barra de Renda buscou mostrar que a renda artesanal pode inspirar novas criações na arte em rede de pesca, em cerâmica, em madeira, na pintura e em muito mais. Tais criações resultaram numa coleção maravilhosa, apresentada ao público em uma exposição no República da Barra Bistrô, no dia 8 de dezembro de 2024, na Barra do Jucu.
A mostra foi desenvolvida pelo Projeto Barra de Renda, coletivo de rendeiras da Barra do Jucu, em parceria com as artistas Cristina Xavier, Ana Sanches e Gina Abreu, Sebastião Vieira e Cezar Guedes, que produziram peças em madeira, cerâmica, tecido, cabaças, redes e outras, aplicando direta e indiretamente a renda de bilro, aliando tradição e cultura, conceitos que impulsionam as rendeiras.
A Mostra é parte do projeto desenvolvido com recursos do Edital SEMCULT VV/LPG – 004/2023 que incentivou artesãos externos ao grupo Barra de Renda a desenvolver produtos com a iconografia das rendas de bilros e de sua cultura irmã a de redeiros de pesca.
O projeto “Pluralidade de artesãos – Barra de Renda” dedicado a integrar a técnica das rendas de bilros a outras técnicas artesanais de forma a fomentar a produção de artesanatos com a iconografia das rendas de bilros, desenvolveu a economia criativa e a economia solidária dentro e fora do grupo Barra de Renda.
“Nesse contexto o projeto surgiu, buscando alcançar os objetivos do grupo de resgatar, consolidar e fortalecer a tradição e o ofício das rendeiras de bilros da Barra do Jucu através do incentivo à produção, à transmissão dos saberes, à divulgação e à busca de sustentabilidade para essa cultura que já foi a principal fonte de renda das mulheres da comunidade”, afirmou a coordenadora do Barra de Renda, Regina Ruschi.
A coordenadora do Projeto, a rendeira Rose Sueyd, afirma que coordenar o desenvolvimento da exposição foi uma experiência construtiva e repleta de novas descobertas. “Fiquei simplesmente encantada pelo processo criativo dos artistas, que entregaram peças com finalizações impecáveis. Gina Abreu, Ana Sanches, Cristina Xavier, Sebastião Vieira e Cezar Guedes, conseguiram unir cerâmica, madeira, tecidos e rede de pesca com a renda de bilros de forma surpreendente, com gentileza em cada gesto, fala e encontro”.
Para os artistas convidados a fazer parte do projeto foi uma experiência inovadora, capaz de reunir técnicas, elementos e afetividades diferentes no mesmo trabalho. Veja os depoimentos:
“Participar deste projeto foi muito gratificante, pois a inspiração que vem da Renda de Bilro remete a uma delicadeza feminina aconchegante. É como se todas as avós, de todos os tempos nos transmitissem esse legado de capricho, de habilidade, de um fazer concentrado de beleza. Uma renda é uma história contada com mãos e carinho” – Cristina Xavier, Designer gráfica, artista visual e ilustradora.
“Foi amor à primeira vista quando deparei com o trabalho do Barra de Renda, fiquei emocionada pois me reportei à minha falecida avó que foi rendeira de bilro em Rio Novo do Sul e depois em Cachoeiro de Itapemirim e que por motivo desconhecido por mim, abandonou o ofício sem me ensinar. E quando recebi o convite para participar do projeto, fiquei muito feliz e comecei ansiosamente e com muito carinho, a pensar nas peças a produzir. Procurei contemplar em minhas peças de cerâmica, a renda de bilro e a rede de pesca, ofícios tradicionais ameaçados de extinção, linkando com a Barra do Jucu, a praia, o congo, meus utilitários e meu amor ao Barra de Renda” – Gina Abreu, ceramista.
“Minha paixão pelo Barra de renda seguiu uma ordem meio desordenada, como eu.
Conheci primeiro a roda de rendeiras, me apaixonei pelos bilros, depois vi as almofadas e caí de amores, por último vi as rendas ao som do congo, daí não teve saída, me rendi ou melhor me “rendei”. Foi por esse encontro de belezas, sons e canduras que comecei a pintar as rendas em meus trabalhos. Envolvi meus pássaros e minhas borboletas nas rendas de bilro tão bem produzidas por essas mulheres que resgatam um oficio e uma cultura com sua arte.
O convite para participar desse “ajuntamento” me trouxe imensa alegria e me fez querer conhecer mais dessa arte e levar esse conhecimento para outras pessoas.
Hoje meu sentimento é de agradecimento por ser acolhida nesse grupo e estar rendando com meus pincéis. Me sinto orgulhosa de fazer um convite a você que está nos acompanhando: venha conosco e RENDA-SE” – Ana Sanches, artesã.




Assista abaixo ao documentário sobre a memória do grupo Barra de Renda, com as rendeiras de bilro da Barra do Jucu, em Vila Velha/ES.
Gravação e edição: Mama Guaco.
PROJETOS DOS QUAIS O GRUPO BARRA DE RENDA PARTICIPOU
As rendeiras da Barra do Jucu, além de desenvolver seus próprios projetos, levam a cultura da Renda de Bilro para todos os cantos do Estado do Espírito Santo e fora dele, principalmente em eventos que valorizam a cultura capixaba através da arte e do artesanato. Consideramos estas ferramentas da economia criativa como fundamentais para a promoção da sustentabilidade humana, social e ambiental.
Veja por onde temos andado:
• Arte na Barra
• Casa Cor / Projeto Brasil Original
• Exposição Linhas do Mar
• Exposição Transitar o tempo
• Vilazinha Cultural
• Feira dos Municípios
• Passos de Anchieta
• Dia Internacional da Criatividade
• ArteSanto

• ARTE NA BARRA
O Projeto Arte na Barra – feira de Arte, Cultura e Gastronomia realizado entre 2017 e 2018 maio, reunia artesãos e artistas da Barra do Jucu e era a cara da Barra do Jucu: alegre, animada e com a comunidade reunida em torno da Praça Pedro Valadares.
O Arte na Barra foi um evento realizado pela REDE DE COOPERAÇÃO DA BARRA DO JUCU que teve início em julho de 2017. Um dos objetivos era revitalizar a Barra do Jucu e região, promovendo sua cultura, sua culinária, o turismo e um lazer muito sadio.
E o Barra de Renda participou desde o início da sua organização com sua roda de rendeiras e com exposição e venda produtos, um passo importante para fomentar o resgate do ofício de rendeira na comunidade e no Espírito Santo.



• CASA COR – ESPÍRITO SANTO
Uma arte esquecida pelo tempo. Uma arte resgatada por gente que valoriza a cultura e os saberes tradicionais de seu povo. Esta é a história da Renda de Bilro na Barra do Jucu que, aos poucos, além de renascer, vai ganhando força e reconhecimento no artesanato capixaba.
Entre as conquistas desta arte, resgatada por um grupo de mulheres em Vila Velha, que criaram o projeto Barra de Renda, está a CASACOR Espírito Santo. Por três vezes a renda de bilro da Barra do Jucu ganhou espaço na exposição por sua originalidade e beleza.
As Rendeiras de bilros da Barra do Jucu participaram da Casa Cor Espírito Santo em 2016 e em 2017 com o Projeto Brasil Original, do Sebrae, que divulga o artesanato em seu aspecto cultural e de expressão popular. Participaram ainda da CASACOR 2021.
Neste espaço a renda barrense estava aplicada em peças exclusivas como almofadas, toalhas de lavabo, crucifixos e muitas outras concebidas pela designer Jacqueline Chiabay. Tudo de uma beleza e originalidade que fazem a diferença no Espaço. Além da mascote do grupo, a miniatura de rendeira portuguesa.
As peças podem ser apreciadas no espaço batizado de Empório Capixaba e Galeria de Artesanato, que tem o apoio do Sebrae-ES, até o dia 28 de novembro.
Participaram ainda da CASACOR 2021.
Para a arquiteta Regina Ruschi, coordenadora do grupo Barra de Renda, estar na CASACOR é muito importante para se conectar com um nicho de mercado e de profissionais que estão sempre em busca de inovações e originalidade, o que garante visibilidade ao produto e contribui para a sustentabilidade do projeto.
“Além disso, conquistar esse espaço é muito importante para divulgar essa cultura que já foi tradição em todo o litoral capixaba, e para um produto profundamente ligado à iconografia capixaba. E também fomenta a economia criativa, o que traz benefícios para toda a comunidade”, afirma Regina. Ela destaca que, além das rendeiras, a renda de bilro conecta uma rede de pessoas como costureiras, crocheteiras, bordadeiras, artesãos e vários outros profissionais que se vinculam à produção.



• EXPOSIÇÃO LINHAS DO MAR
É uma exposição itinerante, que teve a abertura em 2019 na Urca, uma segunda mostra em Copacabana, e depois no Leblon, Rio de Janeiro. E ainda vai percorrer todos os 17 Estados litorâneos brasileiros ali representados, incluindo o Espírito Santo. Em 27/09/2025 estará em Garopaba – Santa Catarina.
A Mostra é composta por 24 guarda-sóis com bordados à mão que representam o que os 17 estados litorâneos brasileiros participantes tem na “linha do seu mar”!
Assina a curadoria o designer em artesanato Renato Imbroisi.
Além do guarda-sol barrense, com bordado livre e renda de bilro, também participou do trabalho, pelo ES, o grupo Bordadeiras da Luz, de Conceição da Barra.




• EXPOSIÇÃO TRANSITAR O TEMPO
Uma das conquistas importantes de 2024 para o Grupo Barra de Renda foi o convite do Museu Vale para participar da Exposição Transitar O Tempo, aberta no dia 03 de dezembro na Casa Porto das Artes Plásticas, em Vitória.
A exposição “Transitar o Tempo”, do Museu Vale, Ministério da Cultura e Instituto Cultural Vale, consistiu numa coletiva com 30 artistas capixabas, sem o Grupo Barra de renda a única produção coletiva.
Nossa instalação retratou o transitar entre as tranças das rendas de bilro e o balanço das redes de pesca, que se cruzam historicamente numa caminhada de encanto e magia.
Contou com a curadoria de Clara Pignaton e Nicolas Soares e orientação da designer Jaqueline Chiabay na confecção e montagem. Idealizada e montada por rendeiras do Barra de renda foi uma experiência de amadurecimento e valorização deste fazer manual que, pouco a pouco, solidifica seu espaço e trajetória na cultura popular capixaba e no campo das artes.



• VILAZINHA CULTURAL
Uma participação muito especial em 2024 foi a Vilazinha Cultural, um evento artístico e gastronômico, e que contou com a participação das rendeiras da Barra do Jucu em duas edições do evento, na Pousada Vilazinha, Prainha, Vila Velha.
O Projeto Barra de Renda levou para a Vilazinha todo o universo da renda de bilro, sua história, o movimento para resgatar este ofício praticamente desaparecido do nosso Estado assim como o modo de fazer, a beleza e o encantamento das peças que o grupo produz.
“A renda de bilro é muito mais que um produto. É história, beleza e muita afetividade envolvida na sua produção. Por isso vale a pena participar do evento e conhecer um pouco do nosso projeto e do que vamos apresentar ao público”, afirma Regina Ruschi, coordenadora do Barra de Renda.
O grupo i levou para a Vilazinha Cultural peças criadas pelo Núcleo de Produção do Barra de Renda. “Temos um grupo que se dedica à criação de novas peças e tem muita novidade para pessoas que aliam beleza e exclusividade”, promete Regina.
Além das rendeiras de bilro, o evento reuniu artistas e artesãos de várias modalidades. Teve também atrações musicais.


• FEIRA DOS MUNICÍPIOS
Você já pensou em encontrar a arte capixaba, produzida de norte a sul, na sua diversidade e riqueza, nos seus tantos modos de fazer e se mostrar, num só lugar?
Essa oportunidade tem ocorrido na Feira dos Municípios, realizada no Pavilhão de Exposições de Carapina, na Serra.
E no encontro de “toda” a cultura capixaba, lá estávamos nós, claro, as rendeiras de bilro da Barra do Jucu, do Projeto Barra de Renda.
Estivemos presentes no estande da Prefeitura de Vila Velha, por dois anos seguidos.
Uma experiência gratificante, um momento de interação e troca de experiências com artistas e artesãos incríveis que participaram do evento.
Além de mostrar e levar a arte da renda de bilro para milhares de pessoas que visitaram a feira.
Mais um passo na trilha para o resgate deste ofício quase perdido no Espírito Santo.




• PRESENÇA NOS PASSOS DE ANCHIETA
Muito mais de que uma caminhada que reconstitui a trilha habitualmente percorrida pelo Padre Anchieta, no século XVI, Os Passos de Anchieta se tornou um evento fundamental de expressão da diversidade cultural capixaba.
Há 25 anos realizada pela Associação Passos de Anchieta (Abapa), sempre por ocasião do feriado de Corpus Crhisti, a peregrinação percorre mais de 100 kms, da Catedral Metropolitana de Vitória, até o município de Anchieta, litoral sul do ES.
Desde a partida, e em cada ponto de parada, os peregrinos são recebidos por grupos culturais e comunidades que expressam sua arte.
E na Barra do Jucu, primeiro local a acolher os caminhantes, a festa na quinta-feira, 30, durou um dia inteiro e foi muito bonita.
Muitas atrações musicais, principalmente das nossas bandas de congo, marcaram o ritmo do acolhimento.
E as rendeiras de bilro, patrimônio imaterial da nossa terra, também esteve na Praça Pedro Valadares acolhendo os caminhantes, na edição de 2024.
Nossas rendeiras deram demonstração de como se confecciona renda artesanal, sua aplicação em peças exclusivas, com almofadas para quem quisesse se aventurar nos primeiros passos desta arte muito presente nas comunidades litorâneas.
Um momento especial que demonstra os laços que unem espiritualidade e arte, fortalecendo a cultura popular brasileira!



• DIA MUNDIAL DA CRIATIVIDADE
O município de Vila Velha participou ativamente do World Creativity Day, o Dia Mundial da Criatividade, um evento colaborativo que estimula profissionais, projetos e negócios locais da economia criativa.
E se objetivo é mostrar criatividade, empreendedorismo e cultura, as rendeiras de bilro da Barra do Jucu não poderiam ficar de fora. O grupo formado por cerca de 60 rendeiras, reunidas no Projeto Barra de Renda, participaram do evento mostrando a diversidade de rendas já produzidas por elas, sua aplicação em diversos produtos como camisetas, bonés, colares e brincos, almofadas, e também com uma oficina para ensinar, a quem quiser aprender, os primeiros passos deste ofício.
A participação do grupo do evento aconteceu no domingo, 21 de abril/24, na Pousada Vilazinha, na Prainha, em Vila Velha. “Levamos nossa Roda de Rendeiras, com almofadas disponíveis para quem quis conhecer um pouco mais da produção da renda artesanal, os produtos desenvolvidos pelo nosso Núcleo Produtivo e também contar como está acontecendo o resgate desta tradição aqui na Barra do Jucu”, explicou a coordenadora do Grupo, Regina Ruschi.
Criado no Brasil em 2014, por Lucas Foster, o Dia Mundial da Criatividade tornou-se uma iniciativa global a partir de 2018, ano em que a Organização das Nações Unidas aprovou a Resolução 71/284, estabelecendo o dia 21 de abril como Dia Mundial da Criatividade e Inovação. Desde então, foram realizadas mais de 4.000 atividades em 146 cidades de 22 países com a participação de 80.000 pessoas.
O movimento é uma iniciativa da Organização Mundial da Criatividade, que atua globalmente para aumentar a conscientização de indivíduos, organizações e governos sobre o valor da criatividade como matéria-prima para a solução de problemas e, por extensão, no desenvolvimento social, tecnológico e econômico sustentáveis em nosso século. https://www.instagram.com/reel/C6EVYEIrOGp/?igsh=MW10cXdhbmVobnA1OA==



• ARTE SANTO
A ArteSanto é o maior evento que exalta a riqueza do artesanato capixaba e promove a cultura e tradição do Espírito Santo. Realizada na Praça do Papa, em Vitória, o evento reúne mais de 600 artesãos que compartilham suas incríveis criações com mais de 45 mil visitantes.
E claro, as rendeiras da Barra do Jucu, já estiveram por lá em quatro edições, levando a arte e a histórias dessas mulheres incríveis, que se dedicam a escrever suas páginas na história trançando linhas e batendo bilros.



